quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Bule e a Chaleira


O Bule de louça, a Chaleira escura.
O Bule branquinho brilhava cintilante.
A Chaleira robusta, nada elegante;
era cinza e baixinha, lembrava um elefante.

O Bule espevitado, piscou para a Chaleira,
que de ar encabulado saltou da prateleira.
- Por quê da brincadeira? Perguntou indignada
- É que eu nunca avistara alguém tão atarracada!

- Que grossas tuas maneiras! Comenta a doce Chaleira.
- Perdão cara senhora, não pretendia ofendê-la,
Quis dizer que és única, atarracada, porém interessante.

E ela tensa, ofegante, mal acreditara no Bule galante.
Estava tão sozinha e quase no mesmo instante,
tivera companhia e ainda mais, exuberante!

- Permita-me um convite: dissera o Bule galante
Salto para aí, e como antes eu estive, bem junto de ti,
Direi as palavras certas e poderei me redimir.

- Oh não, não precisa vir, pois para ti é muito alto
da prateleira a mesa é muito mais que um salto.
O ferro é forte, deixa que pularei para o teu lado!

Mas o Bule orgulhoso quis parecer destemido
- Espere cara senhora que não é caso disso;
olhe e aguarde que me sairei bem nisso!

E o Bule pomposo saltou para o desastre.
E a Chaleira da má sorte além de solteira,
inda chora a água que dela evapora.

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